quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A NOITE DA VERDADE

(PARA O DIA DOS PAIS)
PEÇA EM UM ATO

Personagens: Paulo, o pai.
Etel, a mãe.
Marcos, o filho.


Cenário – Uma sala de residência

Indumentárias – Comuns, da época atual.

Acessórios – Uma Bíblia, óculos, algodão e mercúrio para curativos.

Obs.: No inicio da peça, Paulo está em cena sentado, lendo a sua Bíblia e fazendo algumas anotações. Em seguida entra Etel.

Etel – Vou servir almoço daqui a pouco, Paulo.

Paulo – Está bem, estou quase terminando este esboço

Etel – Você irá pregar amanhã à noite?

Paulo – Não, pela manhã no programa especial para o dia dos pais.

Obs.: Etel parece entristerce-se, e anda de um lado pra o outro, Paulo percebe seu nervosismo, levanta-se, em boca de cena, passa o braço ao redor do ombro da esposa.

Paulo – E então Etel, o que há?

Etel – Penso o quanto deve ser difícil pra você falar aos pais de nossa igreja, tendo um filho tão... problemático.

Paulo – Você tem razão, só mesmo pela infinita misericórdia de Deus.

Etel – Marcos me preocupa, saindo com aquela turma onde não há um só rapaz ajuizado.

Obs.: Entra Marcos, o filho.

Marcos – Aposto que estão falando a meu respeito.

Paulo – Você sabe que temos razões de sobra pra ficarmos preocupados com você.

Marcos – Rindo- ora meu pai, é que hoje em dia já não fazemos programas tão ingênuos quanto os de sua época.

Paulo – E o que fazem então? Fumar, beber, depredar tudo como verdadeiro vândalos? Diga-me Marcos, o que fez de seus estudos?

Marcos – Mamãe ainda não lhe disse? Tranquei a matricula.

Paulo – E por que?

Marcos – Sem jeito – por que...sei lá, acho que ainda não estou bem certo se a medicina é mesmo uma boa carreira.

Paulo – E o que vai fazer da sua vida?

Marcos – Aproveita-la meu pai, da melhor maneira possível.

Etel – Bem, eu vou cuidar do jantar (sai)

Marcos – Eu já estou de saída. O pessoal está à minha espera.

Paulo – Você irá à Igreja amanhã, Marcos?

Obs.: Marcos, repimindo o riso.

Marcos – Igreja! Bem...poder ser, se eu não estivesse com muito sono.

Paulo – Cuidado, filho. Os caminhos que a juventude escolhe, nem sempre são os melhores.

Marcos – Revoltado: cuidado, cuidado! O senhor pensa que ainda sou um menino, pai? Sou um homem! Quer saber mais? Cuide de sua vida pacata de pregador de Igreja, e eu cuido da minha, entendeu? (sai)

Obs.: Paulo sentando-se muito triste.

Paulo – Meu Deus, que situação difícil eu entrego em Tua Mãos Senhor! Que o meu filho possa abrir os olhos para a verdade. Amém. (sai)

Narração - E Marcos foi juntar-se àqueles que considerava seus melhores amigos – os piores rapazes do bairro. Esquecido da família e da existência de Deus, divertia-se à larga sem dar importância a mais nada que não fosse aquela noite, que parecia ser feita para festa e alegria.

Obs. - Marcos entra correndo pela porta que dá para à rua, com o rosto parecendo ferido, gritando!

Marcos - Meu pai! Por favor papai, preciso falar-lhe!

Obs. - Paulo entra pela porta lateral maior, trazendo os óculos e a Bíblia na mão.

Paulo – O que foi Marcos? Mais o que aconteceu com o seu rosto?

Marcos – Tocando o rosto ferido (nervoso) – creio que estou machucado. Puxa pai, foi horrível.

Etel – Entrando – o que houve, filho? (assusta-se)...mas você está ferido!

Marcos – Não se preocupe, mãe. Eu... acho que mereci o que aconteceu.

Paulo – Abraçando o filho – e o que aconteceu, Marcos?

Marcos – O Senhor tinha razão, como sempre o Senhor tinha razão; foi o seguinte: Estava-mos todos bebendo no bar e, de repente começou uma discussão boba. Lucio então resolveu sair quebrando tudo, copos, garrafas... como um louco. Creio que na confusão feriu gravemente o dono do bar. Alguém chamou a policia e...

Paulo – E você conseguiu escapar, não foi?

Marcos – Mas eu não tive culpa de nada!

Etel – E como provar agora que não teve culpa?

Marcos – Todos viram que foi o Lucio quem começou tudo...

Paulo – Mas você estava junto e poderá ser incriminado também, não acha?

Marcos – Meio amedrontado – não poderá fazer nada contra mim.

Etel – Eu vou buscar algo para fazer um curativo. (sai)

Paulo – Meu filho, um homem é reconhecido pelo o que faz e pelas companhias com quem anda. Diante da lei você terá de provar que está inocente e eu não poderei fazer nada.

Obs. – Marcos andando nervosamente de um lado para o outro, como ocuado.

Marcos – Mas você é um homem muito respeitado. É um médico, pai!

Paulo – Ainda esta noite você não considerava tão importante ser um médico...

Marcos – Eu estava errado, pai. O Senhor me perdoa?

Paulo – É claro Marcos. Mais ainda assim terá que prestar contas com a justiça, se andou agindo errado.

Marcos – Estive errado andando em companhia deles. Agora sei quem realmente são.

Paulo – Acha que os rapazes da igreja, que você considera tão piegas, agiriam assim?

Marcos – Não, sei que não... eu irei a igreja amanhã.

Paulo – Amanhã não teremos culto na igreja. É programa especial.

Obs. – Etel entra com o material de curativos...

Etel – Amanhã é dia dos pais Marcos.

Marcos – Dia dos pais? Puxa, eu tinha esquecido!

Paulo – Não importa, você já deu o presente: a sua decisão de mudar de vida.

Etel – Limpando o rosto do filho: lembra-se de quando foi diretor de sociabilidade em nossa igreja, filho? Nunca esteve tão feliz naquela época.

Marcos – Fazendo uma careta de dor: cuidado mãe está doendo. Você acha que a mocidade me elegeria outra vez?

Etel – Sei que ficarão alegres com a sua volta.

Marcos – Nova careta: mãe devagar, está doendo.

Paulo – Rindo: não reclame, Marcos. Você já não é mais um menino, é um homem. Lembre-se!

Marcos – Depois de submeter-se ao curativo, abraça o pai: tem razão pai, sou um homem.

(cena em estático: pai e filhos abraçados, e Etel rindo, ao lado, olhando o curativo no rosto de Marcos)



Narração – E no domingo, na festa do dia dos pais, Paulo falou animadamente do imenso amor de Deus e que quanto Ele ouve as orações de todos os pais que entregam em sua Santas mãos.


Autor Desconhecido



Postado em 06 de outubro de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores